Tuesday, May 23, 2006

Topik

Os meus olhos não são de um azul profundo em que outros se perdem na imensidão do amor, ou verdes ao ponto de de cortar a respiração de quem os mira, não são de âmbar, num doçura capaz de comover as pedras.

Os meus olhos são castanhos, duros, comuns e vulgares. Nada dizem, nada atraiem, nada suscitam.

- NRT, BH

Todos nós

somos de esquerda, não me venham com parvoíces...somos de esquerda, todos nós somos de esquerda e não vale a pena refutar, é inegável a todos os seres humanos, temos um lado animal e irracional, por isso existe a esquerda, para que toda a nossa irracional animalidade extravase para fora, há pessoas até que tão fiéis a esse lado mais selvagem do nosso intelecto não têm ideias de direita, são só de esquerda, são puros animais.

Por isso, farto de demonstrar o meu lado racional e inteligente demonstro que também consigo ser burro como uma porta, mas ao extremo, a minha ideologia de esquerda é agora o

AUTARCISMO

Defendo a total e incondicional desmembramento dos actuais estados em cidades-estado, correspondentes a cada concelhia, não vejo razão porque Nazaré tenha de ter alguma relação com os enjoados d'alcobaça e os amarelos de Peniche, ou que Braga tenha de manter uma falsa bipolaridade no Minho com Guimarães.

Independência Já e Agora!


- Nélson Ricardo, BH

Monday, May 22, 2006

Da minha janela

no meu quarto de Santa, consigo ver uma árvore maior que o edificio ao seu lado.

É com prazer que vejo que nem sempre a artificialidade vence o que é verdadeiramente genuíno.

- Nélson Ricardo, BH

Thursday, May 18, 2006

Hi, I'm at school, GDs! I just felt like greeting your evil selves. I know I rarely post on here, but I am here to tell you that I am still evil and still thinking of ways GD can take over ;)

- Striapach

Saturday, May 13, 2006

Carta a uma donzela que não quis ser salva

- A maior dor que existe é não poder consolar a menina de olhos tristes.

« Minha donzela;

Guardo de ti a memória da ilusão, do ter batalhado para a cada segundo a mais que estava contigo e que te via ter sentido cada vez mais perto a felicidade. Foi uma tremenda ilusão, que se desfez ao aperceber-me com o tempo de que aquilo contra o que lutava era o mesmo pelo qual batalhava.
Altiva e distante na torre de pedra negra, numa montanha cerrada imersa pelo nevoeiro, guardada por um dragão. Fiz-me eu cavaleiro, fiz-me eu homem para a ti aceder, mas um homem é o que a derrota o dita e não o que a vitória o trai.
Admito que tentei de todas as maneiras fazer com que fosses minha, com que saísses dessa torre para te livrares do jugo do dragão mas nada resultou. Chamei-te de cá de baixo num apelo clamoroso, chamei o dragão para que eu te podesse ganhar, trepei pela torre com as minhas mãos sangrentas, versgatei a espada na pedra para que ela tombasses, e em último desespero entalei as grevas da minha armadura nas fragas da torre.
E contudo, o que recebia da tua parte era sempre esse teu olhar no horizonte, por entre as brumas, a relembrar o passado num sorriso triste e nostálgico. Tudo em ti era assim, uma marca do passado que te definia em todos os contornos do teu rosto, e esse teu horizonte, que era só teu e de mais a que um dia tu partilharas um sorriso verdadeiramente feliz que eu ainda não vi.
Não vi nenhum dragão nas proximidades da torre, porém podia vê-lo noutro local. Nos teus olhos, que focavam o horizonte, havia uma ânsia tão desejosa de se cumprir num à silêncio saudoso, foi nesses teus olhos feitos de mar, que eu pude vislumbrar aquilo que te mantinha aprisionada à torre, não fora a escassez de cavaleiros que lutassem por ti, mas a presença do dragão. Era tão omnisciente e palpável que sorrias ao pensar nele, ele havia desaparecido para sempre e, mesmo sabendo isso, confortava-te as neblinas que te escondiam o que se ocultava por dentro do manto branco pois poderias imaginar que esse teu captor um dia poderia surgir do nada num salto e irromper a alva escuridão. Tu esperavas sabendo que nunca mais vinha, e, eu assistia, tão desiludido por ser só um cavaleiro, por ser só um homem, e, em vez de asas, fogo e cobiça, ter apenas a espada romba, as grevas quebradas e a vontade vergada.

Com esperança de que um dia um qualquer outro dragão possa rescuar-te da torre em que te fechas, porque os homens, esses não estão fadados a ter alguém tão belo.»

Friday, May 12, 2006

Questão

A questão que se me deve ser posta não é se eu já encontrei um sentido para a vida, mas porque é que eu o acho uma desilusão tão grande.

- BH, Nélson Ricardo

Wednesday, May 10, 2006

Rain in the Ocean

Rain in the Ocean

-dedicated to Aino

Flávio H. Peixoto was at a brink of extinction, the intense and continuous rain that punished the Ocean's surface determined each second it passed, the future of Peixoto, he couldnt fight the elements, his false strenght, his weak determination would tremble to the solid and unique truth that he was alone.
In the middle of the imense deep blue ocean, he couldnt see in his blindness that the rain covered all his landscape, he could only see interference in his vision. His small fragile boat was at the mercy of the winds and oceans as a mortal is at the mercy of superior gods.
Still, above all that stood against him, the sea, the winds, the waves, Poseidon's will that remained on every move the sea took, he kept sailing on his front, no one and nobody would be stopping him.
A light from behind created a white vexus on the rain curtain that continued falling down and hitting the water, Peixoto could notice a vague flush of irregular waves stumbling down the cracked wood of his boat. He looked back, he had someone at his trail, he whispered some cursing words and kept going. He should kept going no matter what.
Suddenly he hears the most beautiful voice, like a mermaid, but a litlle bit more sad and nostalgical, he looks back, there was a fading golden glow between the rain drop, he started to feel hot water on his face, he couldnt notice if it was the rain, or tears crawling down his cheek.
Yet, he must kept going, a few meters back, this girl was driving a boat, full of faith, full of strenght, so full of scars, there was too many holes on the boat, the sea have treated the misterious girl's boat really bad, yet, it didnt sink, it just kept going so steady and determined as always, there was a sea whirlwind in a question of yards on the front of the man's boat, he would go down with it, she would stop him.
She knew she would have to save him, it was symbiotical, he saved her so much times, and she did the same, they needed each other to not to sink on the imense deep blue ocean, so cruel and so fair.
Soon, the mermaid voice girl would recoil Peixoto's boat, take him to shore, and together they would look again at the sea, knowing that they had each other at their side, wondering, when would they adventure themselves again in the Deep Blue.

- Buru Har

A few yards

Tuesday, May 09, 2006

Fumegante

Por entre as ruínas que a cinza tomou, o general de guerra Santos A. Pinheiro inalava o intenso cheiro carbonizado.
Era o cheiro da guerra, da morte, da destruição, por aquela encosta desvastada de árvores e de vida e de alegria, o sol brilhava num apolíneo céu azul, convidando os pardais e demais gentes vivas a ficarem pelos bosques da serrania.
Ao longe, quando a encosta destruída acabava, um pequeno vilarejo sobrevivia inconsciente a todo aquele magnifico e horroroso acontecimento bélico.
Santos A. Pinheiro era o único homem a trilhar os caminhos de cinza da outrora verde encosta, agora estava tudo queimado, desde as árvores que antes serviam de sombra às gentes que por lá passavam, a relva verde que tão macia os namorados, crianças e o homem de labor descalçavam-se e refrescavam os seus pés calejados, mas não era só natureza destruída. Até a própria criação do homem fora deitada abaixo, ainda restavam os alicerces dos canhões, dos tanques e das metralhadoras.
Santos A. Pinheiro compadecia-se com aquele cheiro da guerra, estava triste e ao mesmo tempo feliz, apesar da estrondosa derrota fora avante com os seus intuitos e os seus soldados, encosta acima, contra tudo e contra tudos mesmo quando assim não era necessário. Só restavam cinzas e pó negro, que já não sabia distinguir se era pólvora perdida ou tudo o que fora carbonizado. E o que importa isso agora? Importa, importa e muito.
Para a história ficará a derrota de Santos A. Pinheiro, mas também ficará indelével nesse facto histórico que o sacrificio do coração de alguém por um de outro torna tão doce a derrota, tão nostálgica, que só o advir do tempo e do esquecimento, que fustiga a memória, trará dor, pela saudade deixada quando ele um dia, naquela encosta perdeu aquela guerra, e, se sentiu feliz por ao menos ter tido a coragem

- Buru Har

Monday, May 08, 2006

O amor é uma companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Alberto Caeiro

- Para uma pessoa especial, ela sabe quem é.

- Nélson Ricardo (Buru Har)

Friday, May 05, 2006

No Title, No Name, No Independence, No Nothing

Aqui estão os meus primeiros links no template do Blog, são bonitos não são? que maneira de expressão mais apaneleirada...são porreiros, porreiraços, vivaços, digamos, bem, creio que cada um tem a sua expressão.
Não as vou explicar, digo apenas que são blogs muito bons.